segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Além da sala de aula

Cristiane Lautert Soares

Pesquisa e extensão dentro da universidade abrem as portas das salas de aula para espaços mais amplos. É pensando nisso que Ana Maria Strohschoen, doutora em Comunicação e professora da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), procura fomentar nos estudantes o gosto pelas perguntas que movem o mundo. Mais do que isso: o gosto pela busca das respostas. E ela consegue. Foi sob sua orientação que Elísio Rodrigues de Freitas, graduado em Publicidade e Propaganda neste ano, e a acadêmica de Jornalismo Daiana Stockey Carpes deram os primeiros passos na pesquisa.

Freitas começou a pesquisar em 2010, quando atuou como monitor da disciplina de Metodologia da Pesquisa em Comunicação, ministrada por Ana Maria. Na época, recebia R$ 400 por semestre, para auxiliar a professora no projeto de pesquisa Memória Institucional, cujo objetivo era – e ainda é – elaborar o histórico de empresas por meio dos relatos orais de funcionários. No primeiro semestre de 2010, o projeto de pesquisa tornou-se um projeto de extensão, e abriu vaga para um bolsista. Convidado por Ana Maria, Freitas assumiu a posição e passou a receber R$ 300 de desconto na mensalidade do curso. “Porém, não era isso que me atraía inteiramente, mas a vontade de evoluir dentro da graduação”, declara.

O jovem publicitário considera o ensino, a pesquisa e a extensão o tripé essencial para o acadêmico na universidade. “Consegui agregar essas três coisas. Isso não me trouxe somente currículo, mas um conhecimento que não conseguiria apenas na graduação”, revela. No ano passado, Freitas participou do XVI Seminário de Iniciação Científica e Salão de Ensino e Extensão da Unisc, com artigo sobre o projeto ‘A memória de empresas na internet’. A apresentação rendeu ao bolsista o prêmio 'Honra ao Mérito' e a publicação do artigo no livro ‘Integração entre ensino e extensão: aprendizagem e conhecimento’. Mesmo formado, Freitas ainda pesquisa sobre memória institucional, e procura responder às questões que surgiram enquanto fazia a monografia, de mesmo tema. “Quanto mais encontro respostas, o dobro de questionamentos aparece. Isso é o que me motiva a continuar pesquisando”, conta.

Daiana Stockey Carpes também teve seu ponto de partida na pesquisa com o projeto de memória institucional, no qual é voluntária desde 2007. “A pesquisa sempre foi uma área que me interessa, então, comecei a participar desse projeto”, afirma. No XVII Seminário de Iniciação Científica e II Salão de Ensino e Extensão, neste ano, ela apresentou dois projetos. Um deles, o de memória institucional. O outro, uma iniciativa louvável: um jornal em áudio para atender às necessidades de um calouro do curso de Ciências Contábeis, portador de deficiência visual. A publicação escolhida foi o 'Ábaco' – informativo do curso de Ciências Contábeis -, cujas reportagens também ficam por conta de Daiana (visualize a versão em PDF). Para ela, a participação no seminário permite interação e possibilita que o estudante mostre aos demais o caminho que está trilhando. “É uma troca de conhecimentos entre professores e alunos que, muitas vezes, só se tem fora da sala de aula”, salienta.

                                                                                 Arquivo pessoal

Seminário de Iniciação Científica: Daiana Carpes apresentou dois trabalhos

                                 Foto: Cristiane Lautert Soares
Ana Maria Strohschoen - pesquisadora há mais de 20 anos
 Ana Maria, pesquisadora há mais de 20 anos, considera gratificante ver o quanto os alunos ganham ao participar de projetos de extensão e pesquisa. “Não só no sentido da bolsa de estudos, mas no crescimento pessoal e intelectual”, ressalta. Para ela, o seminário reforça a importância de uma universidade que desenvolve o pensamento crítico. “Isso quebra o discurso do mercado, que, muitas vezes, é tacanho em dizer que a prática é mais importante do que a teoria”, encerra. 

Você pode acessar os vídeos produzidos pelos alunos no projeto de Memória Institucional aqui e aqui.


Texto revisado por Juliana Bencke. 


 

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